Marcas de luxo aproveitam para surfar o boom dos cafés especiais

Por Edgard Bressani – Cafeólogo, CEO Latitudes Brazilian Coffees e Presidente da Associação de Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana.

Por Edgard Bressani – Cafeólogo, CEO Latitudes Brazilian Coffees e Presidente da Associação de Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana.

 

Edgard Bressani – Cafeólogo, CEO Latitudes Brazilian Coffees e Presidente da Associação de Produtores de Cafés Especiais da Alta Mogiana

Se há algo que amamos tanto quanto café é um coffee shop com qualidade instagramável. Quantas vezes vamos a cafeterias e postamos fotos nossas, dos cafés escolhidos e dos drinques à base de café? Faço isso regularmente e, como viajo aproximadamente 180 dias por ano ao redor do mundo, nunca reservo hotel com café da manhã, exatamente para poder conhecer lojas novas e poder postar novidades e tendências.

Confesso que, a cada viagem, além de me deparar com lindas lojas novas sempre, também encontro mais e mais projetos de cafeterias de marcas de luxo.

Lojas de marca, galerias de arte, concessionárias, consultório, escritórios, entre outros servem café aos seus clientes como uma forma de gentileza há muito tempo. Vale destacar as tentativas da Nespresso de criar uma experiência de luxo acessível, tendo como garoto propaganda os atores George Clooney e Penélope Cruz, e que renderam à marca bilhões de dólares ao longo dos últimos anos. Vários destes estabelecimentos citados ainda usam cápsulas pela praticidade.

Entretanto, nós, do setor, sonhávamos com este olhar das marcas de luxo para o café há bastante tempo. Do café da Prada, projetado por Wes Anderson, cineasta americano, produtor, roteirista e ator, ao Blue Box Cafe da Tiffany & Co., a era dos cafés de marcas de luxo está finalmente se firmando. Há 25 anos, em 1998, a Armani abriu seu primeiro Saint-Germain Emporio Armani Caffè & Armani/Ristorante, tornando-se a primeira marca de moda de luxo a servir a bebida. Não muito tempo depois, marcas como Louis Vuitton, Dior, Chanel e Gucci entraram no negócio.

O mercado de alimentos e de bebidas de luxo é vasto. Há um desejo dos consumidores por autenticidade, qualidade, frescor e transparência quanto às origens de um produto. Tudo isso pode ser suprido pelo café especial. Produtos de luxo em geral também se beneficiam de margens de lucro maiores. Embora a criação e a comercialização de produtos de luxo sejam geralmente mais caras, os preços altos mostram que normalmente é compensador.

No mercado de luxo, as marcas têm muito peso. No entanto, para os formadores de opinião capazes de acessar o mercado com seu próprio nome, isso fará com que seu café seja considerado um produto da mais alta qualidade. Não é apenas o torrefador que pode se beneficiar com a exposição da marca, os produtores também podem. Vender cafés para marcas de luxo dá a oportunidade de mostrar alguns cafés que são joias quase raras, de fazendas que não tiveram a oportunidade antes ou o acesso ao mercado.

Outro ponto é que um produto de luxo não precisa apenas ser de qualidade excepcionalmente alta. Idealmente, ele virá com uma história, terá um fundo transparente e sustentável e estará disponível em quantidades muito limitadas. Embora um nicho de mercado muitas vezes esquecido, os produtos de luxo permitem que você se concentre nos microlotes da mais alta qualidade e outros cafés raros e os venda a preços que refletem seu verdadeiro valor.

Com bebidas de luxo, o que importa é a experiência como um todo, e não apenas o produto que está sendo consumido. Ela proporciona uma sensação de prazer a quem tem a sorte de bebê-los. Criar essa sensação geralmente começa com uma embalagem luxuosa. Apresentações em lata são uma excelente opção porque parecem um pouco mais especiais. As etiquetas também são projetadas com significância visual de luxo. Um tamanho de embalagem menor também pode significar que o café é raro.

E vários são os cases de sucesso. Depois de Osaka, no Japão, Tóquio deu as boas-vindas ao novo café lançado pela Louis Vuitton. Localizado no sétimo andar de sua loja carro-chefe no sofisticado e famoso bairro de Ginza, o espaço exibe a culinária do chef Yosuke Suga. Na China, além da The Tiffany Blue Box Café e Burberry Thomas’s Café, marcas de moda sofisticadas, tendem a criar lojas pop-up e eventos para envolver seus consumidores – principalmente na era pós-pandemia. Já a Prada lançou sua loja pop-up “Prada Garden”, no Jiya Gathering, um café na Wukang Road, em Xangai, e a Louis Vuitton transformou o Yuyuan Shopping Center (que abriga cafés, galerias de arte e lojas de moda) em um pop-up store. A Fendi, por sua vez, apresentou seu Fendi Caffé, no Changbaishan International Resort, um destino de esqui localizado no norte da China. Na Itália, o Gucci Giardino 25, o recém-inaugurado café e bar de coquetéis da Gucci, na Piazza della Signoria, em Florença, foi uma ideia do diretor criativo Alessandro Michele. O espaço é a mais nova adição ao Gucci Garden, que abriga um museu, loja e restaurante Gucci. O Thomas’s Cafe da Burberry, em Shenzhen, China, é um espaço colaborativo inspirado no legado de Thomas Burberry de unir comunidades. Também pensado para ser um espaço dinâmico, o café pode ser convertido em espaço para palestras, workshops, exposições e apresentações ao vivo. O Bar Luce por Prada, Milão, localizado na entrada da Fondazione Prada, uma instituição de arte contemporânea fundada por Miuccia Prada e Patrizio Bertelli, é tanto uma obra de arte quanto um café. Padrões no teto arqueado e na parte superior das paredes também reproduzem o telhado de vidro e as decorações do edifício Galleria Vittorio Emanuele, de Milão. O Café Dior por Ladurée, Tóquio, está localizado no quarto andar da Casa Dior Ginza, com um menu inspirado nas coleções de alta costura da Dior. Recentemente também foi inaugurado um café dentro da Dior, de Avenida Montaigne, em Paris, onde estive em 2022, e que esteve sob a supervisão, por um tempo, do talentoso barista Brice Robin, que trabalhava anteriormente para o Café Alain Ducasse e é o atual campeão 2023 de barista da França.

Por fim, em uma época em que os consumidores estão voltando sua atenção para experiências em vez de compras materiais, as marcas de designers começaram a investir em espaços onde possam se envolver e se conectar com seus clientes de novas maneiras criativas e experimentais. Assim, ao ajudar os jovens a criar uma moeda social rica e nova, as marcas de luxo podem alcançar uma comunicação de marca que acompanha o ritmo dos tempos. É muito comum fotos de canecas de café com logotipos de luxo receberem centenas ou até milhares de curtidas.

Alguns coffee shops para seu wishlist

  • Bar Luce por Prada, Milão, Itália
  • Bege da Chanel, Tóquio, Japão
  • Burberry Thomas’s Café, China
  • Café de Ralph, Nova York, Estados Unidos
  • Café Dior, Paris, França
  • Café Dior de Pierre Hermé, Seul, Coreia do Sul
  • Café Dior por Laduree, Tóquio, Japão
  • Café Kitsuné, Louvre, Paris, França
  • Cidra, Paris, França
  • Dolce & Gabbana Bar Martin, Milão, Itália
  • Emporio Armani Caffe, Paris, França
  • Fendi Caffé, China
  • Gucci Giardino 25, Florença, Itália
  • Gucci Café, Milão, Itália
  • Prada Garden, Xangai, China
  • Saint Laurent Café, Paris, França
  • Thomas’s Cafe da Burberry, Shenzhen, China
  • Tiffany Blue Box Cafe na Harrods, Londres, Inglaterra
  • Vivienne Westwood Café, Hong Kong

www.amsc.com.br

www.latitudescoffees.com.br

 

 

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