Quem está atento ao mercado imobiliário já percebeu que a tendência dos megaprédios em São Paulo é uma realidade em expansão, tanto nos grandes centros comerciais quanto nos bairros distantes do centro.
No Brasil, Balneário Camboriú, em Santa Catarina, tem chamado atenção no mercado imobiliário por conta desses arranha-céus, que atingem quase 200 metros de altura, como a Torre 2 do Yachthouse by Pininfarina, com 294 metros, o maior edifício da América do Sul. E a tendência tem conquistado espaço no mercado paulista, atraindo aqueles que buscam exclusividade e luxo.
Essas construções verticais fazem parte de uma nova tendência que visa otimizar o uso do espaço urbano e contribuir para a verticalização da cidade. Outro benefício da chegada dos megaprédios é a garantia de vistas livres da cidade, o que valoriza significativamente os andares mais altos.
À primeira vista, elas parecem oferecer soluções para os desafios da densidade populacional e da infraestrutura, mas podem destoar do skyline de São Paulo, criando uma ruptura com o entorno, dividindo opiniões entre os arquitetos e urbanistas da cidade.
Influência do Plano Diretor
As mudanças no Plano Diretor de São Paulo contribuíram para o aumento dos prédios na cidade. Esses empreendimentos estão localizados em Zonas Eixo de Transformação Urbana (ZEUs), em que foi ampliado o potencial construtivo. Nessas regiões, a lei trouxe um aumento no coeficiente de aproveitamento, resultando na hiper verticalização dos projetos.
O Plano Diretor estabelece as regras e estratégias para o planejamento e desenvolvimento municipal, visando um crescimento econômico, social e físico do território. O coeficiente de aproveitamento é o índice que multiplica a área do lote, determinando a quantidade máxima de metros quadrados que podem ser construídos.
Principais desafios na construção de Megaprédios
A construção de megaprédios envolve desafios significativos, sendo a estrutura um dos elementos mais críticos. Ela funciona como o principal sistema de segurança do edifício, garantindo sua estabilidade e resistência ao longo do tempo. Nos arranha-céus, controlar vibrações e assegurar estabilidade dentro de parâmetros aceitáveis é uma tarefa extremamente complexa, que exige alto nível de especialização.
Aspectos como elevadores, fachadas, sistemas de prevenção de incêndios, e abastecimento de água e energia, são especificações bem diferentes daquelas aplicadas em edifícios convencionais. Por isso, a construção dessas imponentes estruturas demanda profissionais capacitados e um planejamento detalhado, com execução precisa, que garante segurança, eficiência e durabilidade.
Outro desafio é encontrar terrenos que permitam a validação estrutural, e estudos que comprovam a viabilidade econômica para a construção. Esses fatores incluem a previsão de custos, análise logística, definição do ciclo de lajes e a disponibilidade de mão de obra qualificada. Cada etapa desempenha um papel fundamental para assegurar que a construção seja não apenas segura e tecnicamente viável, mas também eficiente do ponto de vista financeiro.
Novos Empreendimentos
Seguindo essa nova diretriz, empresas do setor imobiliário já anunciaram novos empreendimentos na capital paulista. Por exemplo, em meio à Avenida Nações Unidas, o complexo multiuso Paseo Alto das Nações será o arranha-céu mais alto de São Paulo, com 219 metros de altura, 39 pavimentos e um rooftop com vista. O arranha-céu fará parte de um complexo multiuso que incluirá shopping, teatro, parque, hipermercado, uma torre residencial, uma torre mista e um arranha-céu corporativo com 219 metros de altura.
Com 38 pavimentos e 116 metros, o Lindenberg Alto das Nações, assinado pelo arquiteto Jonas Birger, também fará parte do complexo. Além da altura que chama atenção, traz área de lazer no topo, incluindo um espaço envidraçado com pé-direito triplo. Entre as atrações estão uma piscina coberta e climatizada, quadra de tênis oficial, área fitness, bar e o sofisticado “sky lounge”.
Outro destaque é o PG Residences, da Benx Incorporadora, que fica no Parque Global, na Zona Sul, que abrigará o maior condomínio residencial da capital, com apartamentos variando de 77 a 311m², distribuídos em 53 andares. Ao todo, serão 292 unidades de apartamentos comuns e oito coberturas divididas entre residências comuns e hotel.
Megaprédios já consagrados no skyline paulista
Atualmente, o prédio mais alto de São Paulo é o Platina 220, com 172 metros, inaugurado em 2022 no bairro Tatuapé. Essa região da zona leste tem se destacado como um novo polo para construções de grande altura. Além do Platina 220, há o Edifício Figueira Altos do Tatuapé, da Construtora Porte, que tem 168,2 metros. A construtora lidera a tendência de verticalização no tradicional bairro paulistano, que há anos vem substituindo sobrados e vilas por edifícios.
Antes da chegada dos prédios na Zona Leste, o Mirante do Vale era o maior prédio da cidade, inaugurado nos anos 1.960. Assim, por 48 anos, foi considerado o maior edifício do país, além de ter sido o 18.º arranha-céu mais alto da América do Sul, com 170 metros de altura.
Mesmo dividindo opiniões de arquitetos, engenheiros e urbanistas, a tendência dos megaprédios veio para ficar e promete invadir outras cidades brasileiras. Acompanhe nosso blog para ficar por dentro das tendências de mercado imobiliário e lifestyle.